Rede Genômica Fiocruz implementa novo painel de dados sobre dengue
Cristiane Boar (VPPCB/Fiocruz)
A Rede Genômica Fiocruz acaba de implementar em seu site um novo painel de visualização de dados sobre dengue. O Dashboard Dengue foi desenvolvido por uma equipe de pesquisa focada em bioinformática e ciência de dados e fornece a outros grupos de pesquisa, jornalistas, tomadores de decisão e à população em geral dados sobre os sorotipos e genótipos de dengue que circulam no Brasil. É possível analisar dados individuais de todos os estados e regiões do Brasil, com detalhes sobre o número de genomas amostrados e sequenciados ao longo de mais de cinco décadas de circulação do vírus da dengue no país.
O painel de dados sobre a dengue expande os esforços de apresentação de dados já implementados pela rede da Fiocruz com o painel sobre o Sars-CoV-2, fruto da colaboração de pesquisa com a iniciativa de Ciência de Dados Gisaid, estabelecida no início da pandemia de Covid-19. “Assim como no caso do dashboard do Sars-CoV-2, os dados serão atualizados quinzenalmente para que possamos monitorar o comportamento do vírus”, afirma o virologista do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), Tiago Gräf, que também coordena o desenvolvimento do Dashboard Dengue.
Desenvolvido em Python, o painel de visualização de dados está disponível em português, inglês e espanhol. Adicionalmente, a frequência de circulação de sorotipos também está entre os dados visualizáveis, com base em resultados laboratoriais (PCR), disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MS) através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) desde 2007. “Embora o alcance temporal desses dados seja menor que o dos dados genômicos, a representatividade populacional é muito maior, proporcionando cálculos de frequência mais robustos e possibilitando observar o impacto de cada sorotipo nas sucessivas epidemias de dengue no Brasil”, explica Gräf.
A representatividade populacional torna a análise mais robusta, permitindo observar o impacto de cada sorotipo nas sucessivas epidemias de dengue ocorridas no Brasil. “Na última reunião da Rede, a Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas [VPPCB/Fiocruz] e a Coordenação de Vigilância Sanitária e Laboratórios de Referência [CVSLR/Fiocruz] concordaram com o grupo sobre a necessidade de ampliar o escopo da Rede, incluindo a vigilância genômica de outros patógenos de importância para a Saúde Pública, como os arbovírus”, afirma a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Lourdes Oliveira. “O lançamento do dashboard consolida esta ação, absolutamente estratégica no contexto da vigilância em saúde, pois permite identificar a (re)emergência de variantes virais e sorotipos, bem como analisar a sua dispersão espaço-temporal”.
Segundo Lourdes, “estas informações proporcionam uma melhor compreensão dos cenários epidemiológicos, da disseminação viral e das especificidades geográficas, entre outros aspectos centrais para a adaptação de políticas públicas, alocação de recursos e intervenções voltadas ao enfrentamento e resposta a epidemias e emergências em Saúde Pública”.
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