Linhagens são definidas como entidades/organismos que compartilham um ancestral comum e apresentam mutações similares.

 Assim, novas linhagens de diversos organismos surgem a partir de mutações, que em sua grande maioria são prejudiciais a essas entidades. No caso dos vírus, a maioria das mutações não causa mudanças na capacidade de dispersão, infecção ou na gravidade da doença. Entretanto, uma minoria dessas mudanças pode levar o vírus a se tornar mais transmissível ou mais mortal.
Vírus como o SARS-CoV-2 mudam mais rapidamente que outros microorganismos como bactérias e fungos, sendo classificados em linhagens distintas por pequenas diferenças em seu material genético, que podem ou não ser associadas a novas características virais. Para melhor entender e estudar os vírus, os cientistas criaram um sistema de nomenclatura para as diferentes linhagens do SARS-CoV-2, o que permite comparar os resultados obtidos em qualquer região do planeta e detectar quais linhagens são mais prevalentes e estão circulando em uma área ou em um dado momento. Até o momento um conjunto de mutações foram identificadas em algumas linhagens do coronavírus (SARS-CoV-2) que permitem estes sejam mais transmissíveis entre as pessoas, mas nada foi encontrado até o momento sobre mutações que levariam a um quadro mais complicado da doença ou mesmo maior mortalidade. Devido às linhagens surgirem continuamente à medida em que o coronavírus infecta uma quantidade maior de pessoas, fica clara a necessidade de monitorar a evolução do genoma viral e a prevalência das diferentes linhagens ao longo do tempo.

Mapa ilustrativo da circulação e dominância local de linhagens de um patógeno. O mapa representa a América do sul na cor branca, sobre os oceanos Atlântico e Pacífico representados em cinza. Sobre o continente, temos vários círculos de cores distintas, cada cor representando uma linhagem diferente de um patógeno não especificado na imagem, já que este é um esquema genérico que não corresponde ao cenário atual da pandemia de SARS-CoV-2. Além dos círculos, temos linhas que representam o espalhamento destes patógenos para outras regiões geográficas, onde encontram-se novos círculos na cor correspondente. O diâmetro de cada círculo corresponde à prevalência daquele patógeno naquela localidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu um sistema de classificação destas variantes segundo o risco oferecido por cada classe à saúde pública, dividindo em quatro categorias algumas das variantes de maior espalhamento ou contendo mutações associadas a um maior risco de transmissão ou escape do sistema imunológico (anticorpos de pessoas anteriormente infectadas ou vacinadas). Estas categorias são: Variantes de Preocupação (VOC), Variantes de Interesse (VOI) e Variantes Sob Monitoramento (VUM).

Segundo a página da OMS dedicada à questão das Variantes, os critérios para classificação de VOCs são: preencher os critérios para classificação como VOI, além de ser demonstradamente associada a: um aumento de risco de relevância global em sua transmissibilidade, virulência e manifestações clínicas; ou uma diminuição na efetividade de medidas de saúde pública.

No momento de atualização desta página, não há nenhuma variante classificada como VOC pela OMS.

Já para a classificação de VOIs, os critérios são: a presença de alterações genéticas com efeitos conhecidos ou possíveis em características virais como a transmissibilidade, virulência, escape de mecanismos imunológicos, detectabilidade em testes diagnósticos ou escape terapêutico; e a associação com transmissão comunitária significativa ou com o desenvolvimento de múltiplos clusters de contágio em múltiplos países, com aumento na prevalência relativa e no número de casos ou outros impactos epidemiológicos que indiquem um possível risco emergente à saúde pública.

Relação de amostras classificadas como VOI pela Organização Mundial da Saúde

Por sua vez, a organização classifica linhagens como VUMs quando suspeita-se que algumas de suas alterações genéticas tenham efeitos em características virais com potencial de risco futuro para a saúde pública, mas sem evidências conclusivas sobre o risco aumentado associado a essas mutações.

Relação de amostras classificadas como VUM pela Organização Mundial da Saúde

 

(Página Atualizada em 17/08/2023 com base na atualização de 09/08/2023 da OMS)